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A mostrar mensagens de 2019

A CRUELA QUE SE CUIDE!

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Li esta semana que a grande proposta do PSD para marcar a diferença na política é a criminalização com 3 anos de prisão para quem mate animais de companhia. Fez-me reviver a história dos 101 dálmatas e o papel de Cruela desempenhado por Glen Close na versão cinematográfica. https://www.publico.pt/2019/06/08/politica/noticia/psd-quer-pena-prisao-ate-tres-anos-mata-animais-companhia-1875855 Não sei se entusiasmados com o relativo sucesso do PAN junto dos eleitores que vão às urnas votar, tomaram uma iniciativa legislativa que demonstra o quanto os Partidos políticos “estão sintonizados” com os problemas do país. A hipocrisia deveria ter limites. Deveria ser criada uma medida para a hipocrisia, e cada cidadão deveria ter um limite por ano para ser hipócrita. Quem ultrapassasse essa medida deveria ser criminalizado com, por exemplo, 3 anos de prisão. Para o PSD a prioridade, tal como para o PAN, são os animais de companhia. As vacas, as galinhas e os frangos, os coelhos os

AFINAL O QUE SE PASSA?

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Afinal o que se passa? 70% de abstenção e mais 7% de votos brancos e nulos são uma demonstração clara que a democracia em Portugal está doente e precisa urgentemente de um abanão. Como chegámos até aqui? Partilho o meu ponto de vista. Se a democracia é uma forma de exercício de poder representativo, ou seja, a totalidade de pessoas de uma comunidade delega o seu poder num grupo restrito de pessoas por um determinado tempo, em Portugal é um processo que entrou em falência. A explicação do fenómeno é, no meu ponto de vista, uma coisa parecida com a discussão do que é que surgiu primeiro, o ovo ou o pinto. A democracia em Portugal transformou-se numa partidocracia, em que são os dirigentes partidários que exercem o poder tendo-se desligado da vontade do povo que representam. Se os eleitores não se revêm nessa forma de exercício de poder desinteressam-se do processo. Também é verdade que hoje estamos genericamente afastados do hábito de pensar e de lutar pelo que achamos

A MOBILIDADE, PRIORIDADE OU MODA?

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A mobilidade tem estado no centro das atenções especialmente na zona da grande Lisboa onde o início de uma revolução foi efetuada ao mexer no preço e na tipologia dos passes sociais de transporte. A área metropolitana de Lisboa é um caos em termos de mobilidade. Movimentos pendulares diários dos concelhos periféricos para Lisboa envolvendo mais de 2 milhões de pessoas, feito em grande medida de carro, tem custos brutais para a economia, a qualidade de vida dos munícipes e a qualidade ambiental. É verdade que as opções tomadas nos idos anos 90 de desinvestir no caminho de ferro e investir na rodovia, ao ponto de hoje sermos apontados como um dos países europeus com melhor sistema rodoviário, foi uma péssima opção que hoje todos pagamos. Pagamos nas filas intermináveis de carros para e de Lisboa, pagamos a dependência do carro e do elevado custo dos combustíveis, pagamos com um contributo negativo para a qualidade ambiental nas áreas metropolitanas com a emissão de gases c

AFINAL A GROSSURA IMPORTA?

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O post no Facebook colocado pelo Senhor Presidente da Câmara de Cascais em relação ao cordão humano realizado no passado domingo em defesa da preservação da mata da Quinta dos Ingleses em Carcavelos leva-me a acreditar que para Carlos Carreiras há uma manifesta dúvida existencial. https://www.facebook.com/CarlosCarreiras/posts/2148932788547005?__tn__=K-R Segundo a ideia exposta pelo Presidente da CMC o cordão anunciado pelos organizadores não passou de “ um cordel de menos de uma centena de pessoas que nem conseguiam preencher um dos lados da referida quinta ”. Mas afinal é um problema de grossura ou de comprimento? É que uma coisa é a diferença de grossura entre um cordão e um cordel outra, bem diferente, é o comprimento que um e outro possam ter… Para Carlos Carreiras, afinal, é importante ser grosso e comprido e, caro leitor, gostos não se discutem. Mas política, ordenamento do território, a preservação ambiental, devem ser discutidos. Sem argumentos grosseiros, s

TUDO EM FAMÍLIA

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Tem causado inúmeros comentários o facto de estarem a ser identificados um sem número de membros do governo e da administração central ou em lugares de nomeação política, de pessoas com relações familiares. Brinca-se hoje com a confusão de se tratar de uma reunião do governo ou duma reunião de família. É triste o sinal que tudo isto dá ao cidadão. Vamos lá safar os nossos, depois logo se vê… Embora o ministro das infraestruturas tenha editado um texto apaixonado, julgo que no facebook, justificando a nomeação da esposa, enaltecendo a sua competência técnica e política, fica sempre a dúvida do que prevaleceu: a competência ou o sangue! Mas o caricato vivido agora, que só deve ter algum paralelo na Monarquia, não é um assunto novo. Esta parentalidade, agora mais sanguínea, já existe desde os anos noventa na política central e local portuguesa. Nos anos noventa fomentou-se a parentalidade política. Quem era do Partido tinha logo lugares em empresas públicas ou municipais,

ESTACIONAMENTO: UM DIREITO OU UM NEGÓCIO?

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Em Cascais a tarifa de estacionamento voltou a aumentar. Hoje as cidades e as vilas em Portugal e por essa Europa fora estão quase sempre pejadas de parquímetros ou de outras formas de estacionamento pago. As novas gerações, que sempre viveram no meio de uma floresta de parquímetros, tomam como boa e irreversível esta necessidade de pagar a utilização de um espaço público. Os primeiros parquímetros terão sido instalados em Portugal na cidade de Lisboa nos anos 60. Outras cidades e vilas foram adotando o mesmo modelo com o argumento de tarifar as zonas de estacionamento nas zonas centrais com caraterísticas comerciais para aumentar a rotatividade dos lugares de estacionamento. Afinal esta necessidade específica em meia dúzia de locais tornou-se numa mancha de óleo que passou a cobrir cada nesga de estacionamento, tendo mesmo chegado a zonas eminentemente habitacionais. O estacionamento é afinal um direito do cidadão ou podemos considerar um serviço prestado pela autarquia