O ADORMECIMENTO GLOBAL
Durante um ano
estive arredado das publicações neste blogue.
Não por falta de
assunto, ou por falta de vontade, ou mesmo por falta de interesse por Cascais,
mas, tendo eu uma visão muito crítica sobre a gestão autárquica em Cascais, não
quis contribuir com mais ruído para aquilo que me parecia ser uma necessidade
maior: não distrair com outros assuntos aquele que me parecia ser o
prioritário, gerir todo o processo da pandemia.
Embora tentado a
opinar sobre alguns dos exageros perpetrados pela Câmara de Cascais sobre esta
matéria, mantive o meu silêncio até aqui.
Entendo que já
chega.
O “adormecimento
global” a que temos estado sujeitos deixa-me “à beira de um ataque de nervos”!
Nota-se um
crescimento do mau estar em relação à gestão autárquica em Cascais, mas
defensores da ação do atual executivo esgrimem os seus esfalfados argumentos
com uma tenacidade assinalável. Mas tudo isto se passa envolvendo menos de
metade dos interessados: os munícipes de Cascais, cuja maioria continua alheada
disto tudo!
O que será
preciso fazer para fazer essa maioria apática, silenciosa e desinteressada da coisa
pública acordar para a participação cívica e conhecer, analisar, concordar ou
desaprovar as medidas desenhadas pela autarquia e que mexem, e de que maneira, com
a sua vida?
Aproximam-se as
eleições autárquicas.
Os Partidos
preparam as suas listas, todos sem exceção, com mais preocupação no ganho de
causa própria que o resultado possa trazer para as suas cores do que colocando
como primeira prioridade Cascais, o território, as pessoas, a atividade
económica, a cultura, o desporto, o ambiente, o património. Por isso mesmo, sem
uma apresentação prévia do que cada lista concorrente se propõe fazer por
Cascais, resta-nos uma escolha de ordem colorida de acordo com as cores
partidárias. Percebe-se talvez por isto, a escolha de não participação de
mais de metade dos eleitores!
Depois os
exemplos das más práticas sucedem-se, os abusos de posição dos eleitos,
transformam a política das ideias numa coisa acéfala que se resume ao culto da
personalidade de um qualquer estafermo que um dia ao ver-se ao espelho de manhã
se achou o fiel representante de Deus na Terra.
Quebrar este
ciclo significa tirar os óculos de cortiça, tomar um café forte para acordar, e
obrigar o cérebro a cumprir a sua missão – pensar!
Dá trabalho, mas
é só trabalho intelectual…
Comentários
Enviar um comentário