AINDA CARCAVELOS - ARGUMENTOS OU DESCULPAS DE "MAU PAGADOR"?
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Vale a pena
comentar a Declaração Política da
Coligação Viva Cascais sobre o Plano de Pormenor de Carcavelos Sul.
Esta declaração, de que se junta um link para consulta, https://www.facebook.com/notes/carlos-carreiras/declara%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%ADtica-da-coliga%C3%A7%C3%A3o-viva-cascais-sobre-o-plano-de-pormenor-de-carca/606985586075074 merece que a
escalpelizemos para retirar o verdadeiro sumo que contém.
Embora num tom professoral, de quem explica aos burros a verdadeira
essência da coisa política ao alcance apenas de uns poucos illuminati, não deixa de ser um exercício de hipocrisia que importa
desmontar, a bem da saúde dos restantes mortais cascalenses.
Nada como uma citação para começar em estilo.
Carreiras, ou quem lhe escreveu o comunicado, escolheu “Ortega y Gasset”.
Eu prefiro um autor muitas vezes citado por Carlos Carreiras, John Smith, que
afirmou, em 1993, que “pior do que um burro com a mania que é esperto, só um
burro esperto com a mania que é mais esperto do que os outros!
Carlos Carreiras entorta a realidade para tornar defensável o que não tem
defesa e isso, caros amigos, não é bonito.
Até se podia admitir se fosse outra pessoa qualquer… mas um autarca
eleito, um Presidente de Câmara, quando perde o respeito pela verdade, perde o
respeito pelo cargo que ocupa com mandato do povo que nele votou!
Não é verdade que este plano seja fruto da transparência como se afirma. Aplicou-se
uma cosmética do faz de conta mas em geral tudo fica na mesma. A “parede de
edifícios” paralelos à estrada Marginal mantêm-se, o número de fogos fica
praticamente inalterado, a falta de soluções viárias, a enchente de fogos e de
pessoas nesta área continua a ser brutal!
Carlos Carreiras, no seu estilo habitual, tenta transformar tudo isto num
problema de convicções políticas, a esquerda e a extrema-direita, quiçá os
independentes também, mas não se trata de um problema de política!
Tenta também assumir o papel de “o único responsável” num mar de
irresponsáveis mas também não se trata de um problema de responsabilidades!
Depois o descartar das culpas. Quem foram os culpados de se chegar a esta
situação e quem são as vítimas, como se isso bastasse e fosse a solução para o
problema!
Tenta mais uma vez defender o projeto como um bom projeto, repete as
teóricas vantagens deste péssimo projeto, tentando escamotear uma boa parte da
realidade nele escondida, afirmando mais uma vez que os estudos realizados
comprovam que nada de mau, nomeadamente na praia e na sua utilização para o
surf, vai acontecer. E os exemplos nacionais (Costa da Caparica, Esmoriz, Ovar…)
a comprovarem o contrário…
A solução desta urbanização deixou de ser um problema da sua história de
mais de 50 anos. Uma intervenção urbanística com este volume, com este impacto
e com as consequências que se adivinham NÃO PODE ser vista exclusivamente como
um problema legal, de licenciamento ou de direitos adquiridos. Os promotores
terão direitos adquiridos ou não e até já se deram ao trabalho de estimar qual
o valor desses direitos mas não pode o Senhor Presidente da Câmara ignorar os
direitos dos munícipes que já habitam em Carcavelos, já trabalham em Carcavelos
e pretendem continuar a fazê-lo sem uma mudança radical na qualidade de vida de
que usufruem agora!
Também é responsabilidade de Carlos Carreiras zelar pela qualidade urbana
dos seus munícipes de Carcavelos, mais até do que a de zelar pelos interesses
económicos do promotor!
E não está a fazê-lo!
Antes apelida os que no uso do seu direito de cidadania de estar
conscientemente contra esta barbaridade de pretenderem enviesar a realidade com
politiquice!
Confesso que pouco me interessa como foi possível chegar aqui e estarmos
perante esta situação. Mas recordo que a última vez que este processo foi
submetido a avaliação da Assembleia Municipal o PSD votou contra. Terá sido
nessa altura politicamente irresponsável? Por essa altura era Carlos Carreiras
um destacado dirigente do MOV CASCAIS que defendeu a reprovação deste projeto e
de outros de igual calibre. Afinal, a defesa intransigente da luta contra o
betão de José Luis Judas não passou de politiquice?
Comprova-se assim que Carlos Carreiras sofre da mesma enfermidade do “síndrome
da memória curta” que acusa toda a oposição de ter contraído!
Todo o argumentário não passa de um imenso truque de prestidigitação para
esconder o que interessa.
O que Carlos Carreiras fez efetivamente pela qualidade de vida em
Carcavelos?
Se sabia que era preciso
gerir com muito cuidado o impacto deste empreendimento, qual a razão
porque deu imediato provimento à negociata sugerida por Miguel Pinto Luz com a história do Nova School of Business and Economics nos terrenos
confinantes?
Julgo que aqui
funcionou o argumento do Presidente do BPI “A malta de Carcavelos aguenta tudo?
Ai aguenta, aguenta!...”.
Esperava-se de
Carreiras um homem capaz de gerir todos os interesses em jogo, os direitos dos
munícipes de Carcavelos e os do promotor, um homem que soubesse encontrar o equilíbrio
nesta equação de múltiplas variáveis e de solução difícil sem dúvida!
Mas não. Valeu
apenas aquilo que tem mais expressão nos gabinetes municipais: o poder
económico do promotor deste desastre urbano!
Carlos Carreiras
neste processo esteve igual a si mesmo, no desrespeito por tudo e por todos que
se atravessem no caminho daquilo que julga serem os seus interesses pessoais e,
porque não gosta de ser contrariado, porque só sabe viver num mundo onde ele
mande e os outros obedeçam sem pestanejar, reage com a violência e truculência
habituais! Nada de novo…
Saiu-se mal.
No passado, no
presente e certamente no futuro, há em Carcavelos um histórico de gente pacata
e dócil mas que conhece bem que caminhos quer trilhar e que não vai em grupos.
Não tem a ver com Partidos, com ideologia ou com a mania da independência. Tem a
ver com cidadania. Só cidadania!
Se Carlos Carreiras
não consegue entender isto… como vai conseguir desempenhar a sua missão como
autarca durante um mandato de quatro anos?...
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