A CRUELA QUE SE CUIDE!
Li esta semana que a grande proposta do
PSD para marcar a diferença na política é a criminalização com 3 anos de prisão
para quem mate animais de companhia.
Fez-me reviver a história dos 101
dálmatas e o papel de Cruela desempenhado por Glen Close na versão
cinematográfica.
Não sei se entusiasmados com o relativo
sucesso do PAN junto dos eleitores que vão às urnas votar, tomaram uma
iniciativa legislativa que demonstra o quanto os Partidos políticos “estão
sintonizados” com os problemas do país.
A
hipocrisia deveria ter limites. Deveria ser criada uma medida para a
hipocrisia, e cada cidadão deveria ter um limite por ano para ser hipócrita.
Quem ultrapassasse essa medida deveria ser criminalizado com, por exemplo, 3
anos de prisão.
Para o PSD a prioridade, tal como para o
PAN, são os animais de companhia.
As vacas, as galinhas e os frangos, os
coelhos os perus e os porcos, criados industrialmente para serem abatidos para
carne, alguma dela servida no restaurante da Assembleia da República, não
interessam. Já nem discuto se as douradas, os robalos ou os salmões criados em
Aquacultura para serem grelhados, se poderiam ou não ser considerados animais
de companhia e também não falo nos ratos, nas baratas e nas aranhas…
Afinal, a corrupção, a economia anémica,
a morosidade da justiça, a educação, a saúde, podem ser problemas, mas podem
esperar. Aquilo que fará levantar a população em massa nas próximas eleições
legislativas a votar, será claramente os passos que a nação der em corrigir e
penalizar os responsáveis de morte de…animais de companhia!
Iremos em peso votar ao som dos Pet Shop
Boys, gritando “Cruelas nunca mais”…
Eu não sou, nem tenho pretensão a ser
Presidente do PSD. Um ribeiro nunca conseguiria chegar a rio…
Mas se fosse, assentaria as minhas
forças para conseguir aprovar legislação anticorrupção, legislação para
acelerar e simplificar os procedimentos nos Tribunais para que a culpa passasse
a ter rostos.
Desenvolveria esforços de concertação
com os outros Partidos com presença na Assembleia da República para que
Portugal passasse a ter um modelo para a Educação para durar 15 anos e que
fosse posteriormente avaliado para perceber o que tinha corrido mal e
precisasse de ser alterado. Esta coisa de mudar tudo em ciclos de 4 anos com a
mudança da cor do governo não faz qualquer sentido. E a “educação” hoje dos
nossos jovens é uma boa demonstração disso mesmo!
O mesmo se pode aplicar para a Saúde,
Justiça, a Segurança Social, a mobilidade, o ambiente. São temas que têm que
ter estabilidade para serem testados e avaliados após alguns anos de
implementação das medidas. Sem uma consensualização com a maioria dos Partidos
com representação parlamentar vamos andar em movimentos pendulares de 4 anos,
ora para a esquerda ora para a direita.
E este Portugal precisa tanto de andar
em frente!
Publicado em Cascais Diário - www.cascaisdiario.pt
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