A MEDICINA NÃO TEM CURA PARA ISTO!

 Foi notícia amplamente divulgada nos meios da CMC, das redes sociais e dos jornais a assinatura de um protocolo no passado dia 24 de Fevereiro entre a Câmara de Cascais e a Universidade Católica Portuguesa para a criação de uma Universidade de Medicina, a funcionar em instalações cedidas pela CMC no centro da Vila de Cascais.
Uma universidade em Cascais, e de medicina, em tese parece ser uma excelente notícia!
Mas não é.
Não é uma boa notícia por variadas razões que tratarei de tentar partilhar com o leitor mas acima de tudo porque é uma notícia sem fundamento legal ou institucional e a meu ver tem apenas um intuito de cariz político partidário, induzindo o eleitor de Cascais numa ideia que, na data em que foi anunciado, não passa de uma mentira de Carlos Carreiras com o beneplácito de uma instituição cujo prestígio nacional é, a meu ver, incompatível com a falácia em que participou.
Escalpelizemos pois este assunto…

CURSO PRIVADO DE MEDICINA EM CASCAIS? QUAL?
Pois, segundo parece, há uma vontade, uma intenção da Universidade Católica em fazer aprovar junto do Ministério da Educação um Curso de Medicina só que… não o fez ainda, não se sabendo qual será a posição do ME sobre tal eventualidade.
Parece-vos lícito protocolar e anunciar aos quatro ventos a instalação de um Curso Privado de Medicina em Cascais, com 1000 vagas, sem o mesmo ter sido aprovado por quem de direito?
Já vos está a cheirar a eleições, não está?

CÂMARA DE CASCAIS VAI DEMOLIR O EDIFÍCIO E CONSTRUIR NOVO DE ACORDO COM AS ESPECIFICAÇÕES DA UNIVERSIDADE CATÓLICA?
O Protocolo estabelecido com a Universidade Católica estabelece que a CMC irá demolir o imóvel que foi sede das Águas de Cascais e vai construir nesse local um novo edifício de acordo com as especificações da UCP.
Acho isto uma coisa do outro mundo.
A Câmara cede o seu património, vai construir a gosto e logo estabelecerá um valor de renda?
Onde é que está a garantia dos interesses do município e do dinheiro dos nossos impostos?
Qual o papel a desempenhar pelos jovens munícipes de Cascais nesta “aventura”?
Cascais vai ser o município com mais médicos per capita? Ou com mais tansos?...

A CÂMARA PODE VENDER O EDIFÍCIO DO ANTIGO HOSPITAL?
Neste negócio de contornos tão obscuros está também a venda ao grupo chinês, dono do Hospital da Luz, do edifício do antigo Hospital de Cascais, onde parece irá funcionar uma clínica de apoio ao curso de Medicina.
A Câmara pode vender património que foi doado com o fim específico de funcionar como unidade hospitalar para serviço dos cascalenses?

A CÂMARA DESISTIU DE CRIAR NO ANTIGO HOSPITAL DE CASCAIS UMA UNIDADE DE CUIDADOS PALEATIVOS?
E depois temos esta característica fantástica deste executivo de Câmara liderado por Carlos Carreiras que parece que cada vez que vão à “casa de banho” mudam de ideias!
Carreiras negociou a passagem do edifício do Hospital para o Património da Câmara para criar uma unidade de cuidados paliativos.
Já não é precisa?
Os idosos acamados têm dificuldade de se deslocar à mesa de voto?

AGORA A LOCALIZAÇÃO DO ANTIGO HOSPITAL DE CASCAIS JÁ É BOA?
A grande crítica que foi feita à localização do antigo Hospital de Cascais foi a sua localização, a pressão urbana que exercia no casco velho de Cascais, representando grandes problemas de acesso, de mobilidade, de estacionamento.
Estas críticas ditaram, e bem, a construção do novo Hospital de Cascais.
E agora, volta tudo ao mesmo, coloca-se ali uma clínica e uma carrada de estudantes?
Sei que Carlos Carreiras não consome bebidas alcoólicas, mas começo a desconfiar do que lhe andam a misturar nos refrigerantes…

QUEM NEGOCEIA O PROTOCOLO COM A UNIVERSIDADE CATÓLICA É AO MESMO TEMPO VEREADOR EM CASCAIS E COORDENADOR DE ÁREA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA?
Por fim um aspecto deste processo que cheira mal à distância.
Quem liderou este processo foi Ricardo Batista Leite, ilustre vereador, também deputado da nação e não menos ilustre responsável da Universidade Católica.
Não sabemos se o Vereador se limitou a combinar os termos do protocolo com o Coordenador Científico de Saúde Pública da Universidade Católica Portuguesa nem se na negociação prevaleceu o amor a Cascais, o respeito à entidade empregadora ou simplesmente o respeito que tem pelo seu umbigo, mas que a transparência parece prejudicada, parece!
Carlos Carreiras quer tanto ganhar o passaporte para mais 4 anos de desvario na Câmara de Cascais que entrou já no delírio.
A opinião pública parece estar a borrifar-se. É pena.

Para isto, a medicina ainda não tem cura!

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