RESPEITAR PARA SER RESPEITADO
Fui educado, desde pequeno, a
respeitar os outros para eu próprio ser respeitado.
E não gosto, não gosto mesmo, quando
tentam fazer de mim parvo.
A gestão política de Cascais tem
seguido o caminho tortuoso de nos fazer a todos passar por parvos.
Conseguirá?
2017 o dirá.
Mas passemos os olhos sobre alguns
factos.
Carlos Carreiras tem feito uma gestão
centrada no parece que é, no imediatismo do foguete, muito focada em garantir
os votos necessários no próximo acto eleitoral para perpetuar o seu poder mas
com total ausência de respeito pelos seus munícipes.
O
respeito demonstra-se falando verdade.
O
respeito demonstra-se colocando os interesses da comunidade em primeiro lugar e não os do seu Partido e os seus
próprios, sejam eleitorais, financeiros ou outros.
O
respeito demonstra-se aceitando as diferenças, aceitando as regras da democracia.
O
respeito demonstra-se discutindo argumentos com humildade.
O
actual edil de Cascais criou um estilo na Política, baseado na sobranceria, na
irascibilidade e na prepotência
que transformou Cascais em 3 castas:
- Os brancos, seguidores
incondicionais de Carreiras,
- Os pretos, a escumalha que não gosta
ou que discute as orientações e as decisões de Carreiras, habitualmente
apelidados de “velhos do Restelo”,
- Os cinzentos, a maioria dos
munícipes de Cascais que estão indiferentes a tudo isto. Tanto se lhes dá que
seja Carreiras, um artista de uma novela ou o Papa porque partem do princípio
que os Políticos limitam-se a defender os interesses dos seus Partidos e deles
próprios.
Lamento dizer aos da casta dos
cinzentos que esse alheamento só faz perpetuar nos meandros do poder o tipo de
pessoas que abominam.
Só com o exercício pleno da democracia
é possível virar esta página de história negra de Cascais. E a democracia
faz-se participando, votando, ou votando noutro candidato quando aquele em que
se votou na última vez não cumpriu as expectativas!
Esta lenga lenga pode levar o leitor a
dizer que o “Velho do Restelo” que escreve estas linhas só sabe dizer mal.
Não é verdade. Sou capaz de referir
aqui um conjunto de medidas e acções levadas a a cabo por Carreiras e pela sua
equipa merecedoras de aplauso.
A reclassificação das praias merece
aplauso. O incremento das ciclovias merece aplauso. O programa de hortas
comunitárias merece aplauso. O apoio prestado à educação merece aplauso. A obra
realizada na Feira e no Mercado de Carcavelos merece aplauso.
Mas a esmagadora maioria destas
pequenas obras, destes pequenos investimentos, são feitos a pensar no imediato,
a pensar na angariação de votos para as próximas eleições. Poucos ou nenhuns
tiveram como principal objectivo cumprir a melhoria de Cascais e das suas
gentes.
E depois veem as meias verdades e os
quartos de verdade.
O prolongamento da A5 parece ter
atingido o objectivo de melhorar o acesso a Cascais. Mas preocupa-me o que vai
surgir por trás do painel publicitário a cantar loas ao trabalho de Carreiras!
O que Carreiras fez com o Plano de
Pormenor de Carcavelos Sul não tem desculpa. Se mais nada houvesse, esta era
razão suficiente para criticar e pretender afastar do poder em Cascais o
obreiro material da aprovação de tal crime urbanístico!
As bravatas feitas com a aquisição de
imóveis do Estado para safar o governo do PSD com dinheiro dos contribuintes de
Cascais é miserável.

O Orçamento Participativo, de uma boa
ideia para apelar à participação dos munícipes e ensaiar algo parecido com a
democracia direta transformou-se num jogo de sorte ou azar, numa espécie de
concurso. Lamentável, ver Bombeiros, colectividades ou escolas envolvidos numa
caça ao voto quando devia ser a Câmara a tratar desses assuntos por mais
elementar justiça!

Porquê? Porque dá trabalho e não dá a
visibilidade necessária para apelar ao voto nas eleições!
Nos aspectos fundamentais estruturais,
no que tenha a haver com o futuro a médio e longo prazo de Cascais, não se
espere de Carreiras um cabelo branco nascido de pensar no assunto!
E
é por isto que defendo uma solução alternativa para governar Cascais.
Infelizmente do lado da oposição todos
os sinais apontam para que estão mais interessados nos lugares nas listas
autárquicas e nos interesses dos seus Partidos do que viabilizar uma solução
que salve Cascais do atoledo em que Carreiras e os seus colaboradores estão a
criar na nossa terra.
Carreiras
criou uma carripana com o CDS que ele próprio conduz sem carta e a oposição é
incapaz de criar uma geringonça que faça regressar o ar respirável aos Paços do
Concelho de Cascais.
Uma geringonça que faça uma limpeza geral nas assessorias de militantes do PSD
e do CDS que definham as contas da Câmara a pagar empregos que não correspondem
a trabalho realizado e que resistam a repetir esse exemplo na futura governação
do município.
Os dias passam, o tic tac dos
ponteiros do relógio parecem antever a inevitabilidade de mais do mesmo.
Muitos candidatos a candidatos nas
listas dos vários Partidos, a efémera glória de uma foto tipo passe num lugar
de uma lista que nunca será eleito, muitos cabeça de lista derrotados mas
eleitos para um mandato de quatro anos sem pelouros e Cascais a as suas gentes
a servirem de estrada para a carripana passear uma classe que não tem?
Podem os Partidos da oposição fazer de
conta que o que acabo de referir não é verdade, ou não é suficientemente
importante para merecer uma abordagem de salvação de Cascais em que assumam uma
postura de “vão-se os anéis mas ficam os dedos”?
Respeitar para se ser respeitado.
O
Respeito dos Partidos da oposição pelos munícipes de Cascais vai suplantar os
interesses dos Partidos e dos seus militantes ou vai ficar adiado por mais
quatro anos?
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