NOTORIEDADE A SUBIR E A ESPERANÇA A DESCER…
Terminaram ontem as Festas do Mar em
Cascais.
Esta iniciativa da Câmara de Cascais
foi mais uma vez um sucesso com enchentes de assistência aos vários
espetáculos.
Este ano voltei a não estar presente.
No dia seguinte ao espetáculo dos
repetentes Xutos e Pontapés (por sinal foi o último espetáculo a que assisti
das Festas do Mar há dois anos) o meu facebook foi inundado com selfies e fotos
do espetáculo.
Os meus amigos de Cascais, claro, mas
também os meus alunos e amigos de Sintra, de Mafra, de Oeiras, de Lisboa, todos
a marcar presença no concerto gratuito, oferecido pela Câmara de Cascais.
Cascais
foi o ponto de encontro da Área Metropolitana de Lisboa nas Festas do Mar.
Mais uma vez, a Câmara liderada por
Carlos Carreiras a promover uma iniciativa focada na grande região de Lisboa e
no destaque que possa ter no País e menos preocupada com todos os Cascalenses,
com todos os eleitores de Cascais.
É apenas um exemplo em muitos que
podem ser aqui elencados.
Há pouco tempo foi anunciado o
programa Mobi Cascais, que mais uma vez elege a Vila de Cascais como fonte de
preocupação única em termos de mobilidade, de estacionamento e de vias
cicláveis, como se o concelho terminasse para poente no Monte Estoril, para
norte no Pai de Vento e no Cobre.
Para quem vive em Alcabideche, em S.
Domingos de Rana, em Tires, em Parede ou em Carcavelos, parece que os problemas
do estacionamento, da mobilidade, não se colocam!
Estarão resolvidos e fomos nós que não
demos por isso?
Com as Festas do Mar foi dado o
pontapé de saída para a disponibilização de Rede Wi-Fi gratuita.
No concelho todo?
Não, claro que não. Apenas no litoral,
Carcavelos, Estoril e Cascais.
A preocupação com os visitantes dos
concelhos limítrofes é assumida no texto que copiamos do site da Câmara de
Cascais:
“Está disponível, a partir de hoje, a 1.ª fase
da Rede Cascais WI-FI, acessível de forma gratuita a todos os que quiserem
usufruir e estarem conetados em 5 pontos do concelho. Enquadrando este
lançamento nas Festas do Mar, quisemos proporcionar uma nova experiência aos
milhares de pessoas que nos visitarão nos próximos dias e a oportunidade de,
mais rapidamente, partilharem o ambiente alegre e contagiante do Palco Festas
do Mar.”
Sabemos que o desenvolvimento do
município se faz também com o turismo, interno e externo, e que garantir que
Cascais assume essa atratividade para estrangeiros e para habitantes da Área
Metropolitana de Lisboa é crucial para melhorar o nível de vida das gentes de Cascais,
salvaguardar o emprego ou até aumentar a sua oferta.
Mas fazer de conta que Cascais se
resume à orla costeira, às praias, á Vela e às Conferências do Estoril é
esquecer que também há munícipes no interior do concelho, que também há
cascalenses em Alcabideche, na Amoreira, em Bicesse, em Manique, em Alcoitão,
em Trajouce, em Abóboda, em Tires, em S. Domingos de Rana, no Murtal, no
Penedo, em Sassoeiros, na Rebelva, no Arneiro!
Senhor
Presidente, olhar para o interior do concelho não pode resumir-se a umas hortas
pedagógicas ou a algumas repavimentações de estradas!
Isso é uma ninharia quando comparado
com o custo benefício dos avultados investimentos em Festas, Regatas e
Conferências!
Não sou defensor da política municipal
reduzida ao "Portugal dos Pequeninos".
Mas acredito que o desenvolvimento
harmonioso do concelho, criando emprego e oportunidades também no interior do
município é uma tarefa em primeira linha do executivo municipal.
O executivo municipal que não queira
entender isso, não está a cumprir com a tarefa que lhe foi atribuída no dia das
eleições!
Com este tipo de Políticas, é certo
que a notoriedade do Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, sobe de
forma vertiginosa.
Só resta aos munícipes que vivem no
interior do concelho esperar que lhes saia o euromilhões para se mudarem para
uma casa à beira-mar?
Enquanto
sobe a notoriedade de Carreiras, desce a esperança dos munícipes de Cascais do
interior do Concelho!
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