QUE LEGITIMIDADE?
Num momento em que tanto se fala de legitimidade para
fazer governo em Portugal, se a coligação que foi a mais votada ou se uma maioria
parlamentar de esquerda não anunciada em tempo de campanha, parece-me
pertinente abordar o tema da legitimidade mas agora aplicado a Cascais.
O edil de Cascais, também vice-presidente da comissão
política nacional do PSD, tem nos últimos tempos realizado grandes raciocínios
sobre o tema http://www.ionline.pt/artigo/415406/um-governo-para-quatro-anos?seccao=Opiniao_i,
opiniões que considero enviesadas e desprovidas de lógica, mas não pretendo
hoje e aqui discutir o governo da nação, mas o conceito da legitimidade.
Nisto, Carlos Carreiras está como Frei Tomás – Bem o prega Frei Tomás; façamos o que ele
diz e não o que ele faz.
A atuação de Carreiras na gestão de Cascais tem tido inúmeros exemplos
dessa falta de legitimidade, do esconder do eleitorado as suas verdadeiras
intenções quando foi a votos, usar os meios municipais de forma caprichosa como
se o dinheiro da autarquia fosse dele, fazendo e desfazendo sem prestar contas
a ninguém.
É tão mais caricato quando
ora veste a camisola de vice-presidente do PSD para defender o ultra
liberalismo, vender tudo o que o estado ainda tenha para vender e a seguir, com
a mudança de camisola para a de presidente da autarquia, o faz defender a
compra de muitas das “pérolas vendidas pelo estado” pela própria câmara outra
vez com o recurso ao erário público!
Mas há muito mais. Falando
de legitimidade, não teria sido mais transparente que Carlos Carreiras tivesse
trazido à discussão na Campanha Eleitoral quais as suas intenções em relação à
aprovação do Plano Urbanístico de Carcavelos Sul ou as marteladas que pretendia
dar em sede de aprovação da revisão do Plano Diretor Municipal?
Mais transparente seria, que
legitimava a sua atuação legitimava, o resultado eleitoral é que podia ter sido
outro…
Está Carlos Carreiras
legitimado para realizar uma gestão financeira do município completamente suicida,
comprando uma vasta quantidade de património na posse do estado ou
substituindo-se às responsabilidades do estado realizando investimentos ou
fazendo obras que não são sua responsabilidade legal, como o último caso
anunciado do edifício da PSP?
O mais gritante, é que
muitas das aquisições ultimamente realizadas nem sequer servem objectivos e projectos
já traçados. Compra-se primeiro por milhões, e logo se verá para quê!
Por quanto tempo vamos estar a pagar aquilo para o qual ainda não
sabemos para que irá servir?
A maneira de estar na
Presidência da autarquia de Carlos Carreiras traz-me à memória o boneco criado
por Herman José – Eu é que sou o Presidente da Junta! https://www.youtube.com/watch?v=8q9XSXPEPNE
Carlos
Carreiras é que é o Presidente da Câmara. Ele faz o que lhe aprouver e não tem
contas a prestar a ninguém!
Sócrates fez com o Estado Português aquilo
que Carreiras está a fazer com a Câmara de Cascais e pasme-se, quando este veste
a camisola de vice presidente do PSD bem carrega nas tintas para o criticar.
Estaremos perante um caso de dupla
personalidade?
Não me parece. Estamos é perante alguém
completamente desprovido de escrúpulos, que sabe bem em cada momento que areias
movediças pisa mas que não se afasta nem um milímetro dos objectivos pessoais
que traçou para si próprio. E se para os atingir tiver que ser o contribuinte
de Cascais a pagar tanto faz!
A lógica destas compras de imóveis na posse
do estado sem se saber para o que servirão em Cascais têm duas razões
principais: uma primeira em que Carreiras exibe o poder que tem para com os
vários elementos do governo e pode ajudar a acertar as contas de alguns
ministérios fazendo entrar dinheiro nos cofres do estado como se a Câmara de
Cascais fosse um qualquer fundo imobiliário. Mas a segunda razão é mais negra.
Teremos essa prova quando chegar o momento de a Câmara promover a alienação
deste património…
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