NÃO, NÃO ESTÁ TUDO BEM!
Um conjunto de notícias que têm sido veiculadas em
Cascais poderá deixar o mais distraído com a falsa consciência de que está tudo
bem em Cascais.
Sem falar na história rocambolesca dos terrenos para a
futura “business school” que irá
certamente merecer uma atenção especial dentro de pouco tempo, as notícias da
aprovação das contas do município de Cascais com saldo positivo, a discussão
final da revisão do PDM, o prémio recebido como destino Turístico Sustentável
ou ainda o Prémio Europeu de Ambiente recebido o ano passado poderia levar a
acreditar que estamos bem entregues, que quem tem a responsabilidade de gerir
os destinos da comunidade cascalense vai no caminho certo.
É pena mas NÃO É
VERDADE!
Vivemos tempos do faz de conta, só interessa a casca, o
fruto tanto faz, e isso dá para enganar o presente mas coloca em causa o
futuro!
Comecemos pelas contas da Câmara. Saldo positivo sim,
embora resistam alguns com dúvidas sobre a correta consolidação das contas das
várias empresas municipais nas contas do município. Mas dando de barato que
esse exercício está feito de forma adequada, vale a pena olhar para o
endividamento do município e verificar se aumentou ou diminuiu.
Há no entanto um exercício que todos devemos fazer para
perceber não a quantidade de dinheiro que esta Câmara gastou mas como o fez.
Uma pergunta simples deita de imediato por terra qualquer tentativa de
argumento a favor dos atuais gestores da coisa pública em Cascais. Que obras
manteve esta Câmara em execução neste último ano? Que obras foram inauguradas?
Eu ajudo na resposta. Algumas hortas comunitárias, uma
remodelação de um troço da 3ª circular e… não consigo recordar mais nada.
Para tantos milhões confessemos que é muito pouco!

Esta gestão do município continua a ser feita com o firme
objectivo de agradar um conjunto de comissionistas que se viram do avesso em
época eleitoral para garantir mais do mesmo! É muito pouco. Mas enquanto a
maioria se mantiver desligada, desinteressada desta realidade, não participando
ativamente no ato eleitoral, não se pode queixar…
A revisão do PDM é outro aspecto incontornável da gestão
muito duvidosa liderada por Carlos Carreiras.
Houvesse o interesse dos gestores em consciencializar a
população de Cascais para as alterações propostas, promover a discussão aberta
e franca com as populações sobre os destinos da terra que é de todos e não
apenas do Presidente e vereadores da maioria da Câmara de Cascais, e o período
de discussão teria sido bem diferente.
Carlos Carreiras
encontra sempre “montes de tempo” para o teatrinho do Orçamento Participativo
mas para a discussão do futuro de Cascais…
Pior é que nas entrelinhas, se vai usar esta revisão do
PDM para legitimar mais uma série de negociatas que confundem os interesses de
alguns com os interesses da comunidade!
A coligação Viva Cascais em 2002 foi eleita contra a
anterior maioria do PS usando como uma das bandeiras precisamente a necessidade
de mudar urgentemente o PDM.
Carlos Carreiras integrou a equipa reeleita pela
coligação em 2006, e teve responsabilidades na demora da elaboração do
documento de revisão do PDM.
Estranha-se que volvidos
13 anos de espera, eis que o vagar deu em pressa e a discussão tem que ser
feita a correr. É muito estranho não é?
Até os Prémios obtidos seja no Turismo seja no Ambiente
são caracterizados por mais folclore do que consistência.
Cascais tem feito um esforço em dinamizar eventos que
criem notoriedade internacional e por essa via aumentar a procura dos
estrangeiros em escolher Cascais como destino. Mas os eventos, sendo
importantes, devem ser o único objectivo ou ser um complemento para uma zona
que tenha outro tipo de ofertas que fidelizem os turistas?
O que Cascais fez para se tornar competidor com outros
destinos no sul da Europa
como destino turístico?
Das últimas vezes que andei pelo sul de Espanha não vi
lojas de chineses. Será que essa é a diferença que Carlos Carreiras quer fazer
valer no centro de Cascais?...
Sobre o ambiente até me dói falar.
Tanta vacuidade, tanto faz de conta, tanto desinteresse
por gerir a mudança de comportamentos e dotar o concelho de uma postura
sustentada de defesa do ambiente!
E a câmara tem todas as armas ao seu alcance para fazer a
diferença mas não faz, não se interessa pelos problemas de fundo, apenas pelo
que fique bem na fotografia ou na televisão.
Uma política séria de resíduos?
Não, basta um dia de apanhar uns lixos no fundo do mar ou
nas dunas e quanto a “lixo” estamos conversados!
Preservar as áreas da reserva ecológica e agrícola do
concelho? Não vale a pena, come-se o que resta da reserva ecológica no próximo
PDM e projectam-se uns quintais para fazer umas hortas comunitárias!...
Folclore, puro folclore sem qualquer seriedade!
Sustentabilidade e eficiência energética? Não deve dar
votos, nem entrevistas na TV por isso não interessa!
A ver pelas notícias Cascais vai de vento em popa. Parece
que está tudo bem mas…
NÃO, NÃO ESTÁ TUDO
BEM!...
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