ÉTICA E VALORES PARA CASCAIS

Nos últimos tempos, a crise económica emergente no nosso país e na Europa tem levado a um crescente tomar de consciência do desajustamento do exercício do poder em Portugal, a nível nacional e a nível local,  associado a uma forte crítica dirigida aos políticos e à política.
 
Eu gosto de política.
 
Acrescento que me revejo na prática de alguns políticos, mas poucos.
 
No geral, mas mesmo muito geral, a política é hoje maioritariamente exercida de uma forma completamente despojada de sentido de defesa do público, da ética e da moral.
 
Somos tratados como carneiros idiotas, por grupos de pessoas que após a chegada ao poder, exercem-no de uma forma nunca vista, sem respeito pelos mais elementares valores, da honestidade, da verdade, da solidariedade, do apoio aos mais desfavorecidos, antes gerindo a coisa comum à luz dos interesses pessoais ou de grupos mais ou menos encapotados.
 
O único objectivo perseguido sem descanso por esta “nova geração” de políticos é mais poder. O bem comum, a realização do interesse da comunidade desapareceu como que por magia.
 
Hoje a lágrima não surge ao canto do olho quando se conseguiu que mais uma criança pudesse usufruir de pelo menos uma refeição digna na sua escola, hoje a lágrima só aparece se a dita refeição não garantir mais um voto para aumentar o pecúlio!
 
Quanto a mim, assistimos à negação do que foi a política na sua essência mais nobre. Entregue a autênticos caceteiros profissionais, o poder a nível local e nacional está a  esgotar a sua credibilidade a uma velocidade estonteante.
 
Ao enorme desinteresse e desconfiança nos políticos e nos seus métodos, que uma boa parte da população já sente, seguir-se-á o aparecimento crescente de movimentos desalinhados da política e dos partidos para a obtenção do poder, a nível autárquico, pelo menos.  
 
Sinto uma enorme pena que os partidos não tenham sabido resistir à ocupação selvagem a que os seus vários níveis organizacionais foram sujeitos, tornando estes mesmos Partidos em máquinas pouco credíveis do exercício do poder.
 
Vamos pagar tudo isto muito caro!
 
Numa altura de crise, onde mais precisávamos de pessoas que pela sua credibilidade e inspiração de confiança fossem os motores da criação da esperança, fossem os elos agregadores dos que passam por enormes dificuldades e fossem inspiradores para ultrapassar essa dificuldades,  assistimos a uma sucessão de dislates ditos e praticados pela “nata” dos políticos da actualidade…
 
Cascais merece-me um destaque especial neste contexto.
 
Aqui, o exercício do poder tem ultrapassado tudo o que possa já ter sido descrito como comportamento inapropriado em Política.
 
Os valores, que deveriam nortear o comportamento de quem tem responsabilidades de gestão da coisa pública pura e simplesmente deixaram de existir.
 
Sucessivos ajustes de contas, autenticas perseguições a quem tenha o desplante de pensar diferente, e o uso da máquina municipal com objectivos de promoção pessoal, a ingerência descabelada em todo o tipo de organizações numa lógica de poder tentacular, poder global e total.
 
Este é o retrato do que se passa hoje ao nível da gestão autárquica em Cascais.
 
Nem todos os eleitos devem ser classificados pela mesma bitola. Ana Clara Justino é um exemplo, dos poucos ainda restantes em Cascais, de exercício de funções públicas com o objectivo de servir a comunidade. Mas o resto…
 
Também em Cascais se tem agitado o papão da envolvência da Maçonaria nas decisões que se tomam. Contudo, acho, sinceramente, que esse não é o verdadeiro problema. Tanto me faz que um eleito seja da Maçonaria, da Opus Dei, do Benfica, dos Bombeiros de Cascais ou do Centro Paroquial do Estoril que isso não é determinante para que seja um bom ou mau gestor da coisa pública. O que determina de facto se será um bom ou mau autarca tem só a haver com a salvaguarda dos princípios éticos e morais na sua actuação. Porque, se forem salvaguardados esses princípios, não há maçonaria nem qualquer outra organização que possa distorcer o exercício do poder.
 
Mas em Cascais, quem manda, fá-lo ao arrepio de muitos desses princípios!
 
Para alguns pode até parecer utopia,  defender o regresso aos valores, à defesa da coisa pública, às práticas com o respeito da ética,  nos tempos que correm…
 
Pobres conformistas, pessoas fracas sem força para lutar para mudar no sentido do que é correcto, mesmo que difícil!
 
Mas conheço um conjunto de pessoas que não estão na disposição de aceitar este tipo de comportamentos, e pretendem fazer regressar a ética e os valores á actividade política no concelho de Cascais, voltar a enobrecer o exercício do poder.
 
Sem chantagens nem ofertas de emprego, sem demagogia nem intoxicações publicitárias, sem a mania das grandezas nem a usurpação da coisa pública em proveito próprio, apenas na defesa do interesse da comunidade, sempre à frente de qualquer interesse individual!
 
Declaração de interesses: eu faço parte deste grupo de pessoas!


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