UMA DIETA LEVE PRECISA-SE!

A organização do Estado está carregada de gorduras.
O momento económico que atravessamos aconselha a que tomemos medidas como as que muitos decidem com a chegada do Verão:
Temos que fazer uma dieta que nos “adelgace a silhueta”!...
O Estado Português precisa e muito de encarar este Verão como se fosse o último em que pode brilhar de biquini!
Há empresas que não fazem sentido continuar na mão do Estado.
Outras acredito que sim, mas mesmo em relação a este tipo de decisão parece-me fundamental uma ampla discussão e consensualização.
Uma maioria significativa dos portugueses vai ter que se entender acerca disto.
Não faz sentido ora vender ora intervencionar consoante o vento esteja de norte ou de sul…
Mas acredito que uma parte do problema, aquele que mais nos assusta, esteja na utilização das empresas públicas como forma de mascarar e adiar o cumprimento de compromissos do Estado.
Veja-se o que se passa com o sector dos transportes.
Carris, CP, REFER, Metro de Lisboa, Metro do Porto são esconderijos de deficits de exploração brutais porque o Estado entende que os preços a praticar não devem ser reais mas sim subsidiados.
Só que depois “esquece-se” de o fazer…
Em termos empresariais por vezes podemos detectar algum deficit de produtividade.
Mas como a gestão tem o “pai” Estado para lá pôr mais dinheiro, nunca chegamos a perceber o que deste imenso buraco é gerado pela gestão da empresa e qual a parte respeitante à comparticipação do Estado que nunca chega.
E, porque nestas coisas de Administração de Empresas Públicas confunde-se sistematicamente competência com filiação partidária…
É uma pescadinha de “rabo na boca” o que, como diz o fado da ditosa Amália, é uma porcaria!
A história dos sectores estratégicos é outra história muito mal contada.
Se ter um Banco de referência, como a Caixa Geral de Depósitos, não me merece reparo, há sectores considerados estratégicos que me causam alguma estranheza.
Água é estratégico mas a energia não. Alguém me consegue explicar porquê?
Dou apenas o exemplo proveniente do grupo Águas de Portugal (águas, saneamento e resíduos sólidos) que é o exemplo acabado do que neste momento não faz qualquer sentido ter participação da Administração Central.
Quer a Águas de Portugal quer a EGF deveriam ter sido empresas “start up” de soluções em zonas onde as autarquias não tivessem massa crítica (técnica e financeira) para avançar sózinhas.
Mas, definida e financiada a solução, há muito deveriam ter saído de cena, até porque na área dos resíduos sólidos e nas áreas da água e do saneamento, há um conjunto importante de empresas privadas com qualidade para assegurarem um correcto desempenho do sector.
Faz algum sentido que em 2010 esteja a Tratolixo em bicos de pés para ser engolida pela EGF?
Ainda não chega de “nacionalizações”?!
E neste caso concreto, as Câmaras Municipais de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, detentoras através da sua Associação de Municípios da totalidade do capital social da Tratolixo, estão-se a “auto-embarretar” se deixarem prosseguir este delírio saloio…
Os vários administradores existentes na ADP e na EGF saberão concerteza alinhavar um conjunto de razões para que tal aborto empresarial continue a existir.
Eu confesso-me incapaz de aduzir duas ideias que sejam para defender este disparate…
Mas o Estado, não é só a Administração Central e as suas Empresas Públicas.
Há um sector que contribui muito para a resolução de problemas ao nível local mas que contribui com alguma (nuns casos muita…) “gordura económica”:
As Autarquias e as suas Empresas Municipais.
Não gosto e não perfilho a existência de “verdades absolutas”.
Devemos analisar com cuidado porque há casos e casos…
Mas não tenho dúvidas, pela realidade que conheço bem das autarquias envolventes da grande Lisboa, que aqui há muita “gordurinha para derreter”!....
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